OTMA: vestidos da corte  

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Estive fuçando no meu blog hoje e achei, no histórico de buscas, uma bem curiosa, chamando os trajes formais da corte russa de kimonos. Enfim, mais kimonos, dessa vez com as quatro filhas do último imperador russo como modelos.


OTMA era um acrônimo as vezes utilizado pelas quatro meninas (Olga, Tatiana, Maria e Anastasia). A sigla foi criada quando elas ainda eram bem pequenas, como sinal de proximidade e afeição entre as irmãs. Quando, depois da revolução, tiveram o seu correio controlado e restringido, muitas vezes assinavam conjuntamente as cartas que escreviam para os amigos.

1910

Olga e Tatiana 1913

Olga e Tatiana em 1904


Olga em 1913

Olga
Tatiana em 1913

Tatiana em 1904

Tatiana em 1910

Maria

Anastasia

Paquera  

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Obviamente, o nome do quadro não é este. Mas, convenhamos...

"Flirtation" de Frederic Soulacroix.

Sisi: o triângulo amoroso  

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Vamos voltar uns 20 anos no tempo, para 1872. Numa bela tarde de maio, Sophie, mãe do imperador, foi ao teatro, e quando voltou ao palácio, saiu para refrescar-se numa varanda (por causa da iluminação a gás, todos os ambientes fechados eram muito quentes). Ali, ela adormeceu e passou a noite, e de manhã teve febre. Depois de uma longa agonia, Sophie faleceu no dia 28 de maio de 1872. Muitos habitantes de Viena sussurravam que a verdadeira imperatriz havia morrido. Não podiam estar mais perto da verdade, pois Elisabeth não gostava nem um pouco da capital. Segundo ela, as únicas coisas boas em Viena eram os cavalos dela e a dama de honra Ida Ferenszy.

 Ida Ferenszy

Apesar de Sophie não poder mais encher o saco, ela teve tempo suficiente para arruinar o relacionamento entre Elisabeth e Franz Joseph. Adicione a isso os interesses políticos contrários e a história da gonorréia, e torna-se óbvio o porque de a imperatriz preferir passar o máximo de tempo possível longe do lar. O pai dela era um “pai de fim de semana”, e a própria Elisabeth via os filhos com menor freqüência ainda. Onde ela não esteve nesses anos! Riviera, Baden-Baden, Londres, Atenas, Smirna, Corfu, Amsterdã, Roma, Normandia… Ela rodou a Europa inteira, e mais de uma vez. Suas viagens lembravam mais uma fuga do que um passatempo agradável. Ao chegar num lugar novo, se jogava de cabeça em aventuras. Na Inglaterra, seu passatempo favorito era caçar raposas, o que não é surpreendente, levando em conta que Elisabeth era uma exímia amazona. Ela até mesmo teve aulas com uma artista de circo, aprendendo vários truques eqüestres complexos. Preferindo passeios a cavalo, Elisabeth até mesmo ignorou convites da rainha Vitória. Vitória a convidou para jantar duas vezes, e duas vezes Sisi respondeu que estava ocupada. Depois, nas melhores tradições dos contos de fada, Vitória se recusou a receber a colega austríaca quando ela finalmente teve tempo livre. “Se eu tivesse tão más maneiras”, escreveu Elisabeth sobre Vitória numa carta para o marido.

Alias, Sisi tinha horror de mulheres gordas, e transmitiu-o a sua filha mais nova, que se assustou forma bastante escandalosa ao ser apresentada a rainha Vitória.

Alias, quando Elisabeth visitou a Inglaterra, recebeu por guia um jovem oficial, Georges Middleton. Orgulhoso e independente, ele no começo tentou ignorar o fato de que era um companheiro quase inseparável da imperatriz da Áustria. Essa atitude divertiu Sisi, que usou todo o seu charme para encantar o rapaz. Então, ela tinha 39 e ele 30, e o sucesso não poderia deixar de lisonjeá-la. Obviamente, Elisabeth tinha a cara de pau para mencionar o oficial em todas as cartas que escrevia para o marido, mas Franz Joseph não caiu na provocação. Mas quando Rudolf chegou a Londres, ele ostensivamente ficava de constas para o capitão Middleton em todas as recepções, deixando bem clara a sua opinião sobre tudo isso. A relação entre Georges Middleton durou seis anos. Não se sabe se foram ou não amantes, é possível que seja somente uma atração platônica baseada em interesses comuns: cavalos e caça.

 
Durante toda a vida, Elisabeth foi louca por sua aparência. Quando as crinolinas começaram a ceder lugar a bustles, Sisi foi a primeira a optar por uma silhueta mais esbelta. Chegava ao extremo de não usar anáguas, para que a roupa ficasse menos “cheia” e alguns dos seus vestidos eram literalmente costurados nela, para ajustar-se melhor.



Suas dietas eram realmente extremas, e em alguns dias, a sua alimentação limitava-se a seis copos de leite por dia. Ela gostava de doces, mas raramente os comia. É fácil imaginar como a irritava um certo apaixonado, um conde italiano, que em seu testamento escreveu que Elisabeth receberia panetones regularmente (você está de dieta, e a geladeira está entupida de bolos, pesadelo dos pesadelos). Alias, jantar com ela deveria ser um inferno, já que ela não comia quase nada, e os pratos durante o jantar são trocados de acordo com o apetite da dona de casa.

Buscando preservar a juventude, a imperatriz tomava banhos em azeite morno, enrolava as coxas em tecido umedecido em vinagre ao dormir para manter-se esbelta, dormia numa cama bem dura e sem travesseiro. Além disso, Elisabeth usava máscaras faciais de framboesa, e também de carne crua.

Os cuidados diários com o cabelo levavam pelo menos três horas. Este era tão longo e pesado que ela muitas vezes reclamava que o peso das tranças e dos enfeites dava-lhe dores de cabeça. Sua cabeleireira, Fanny Feifalik, havia antes sido cabeleireira do Burgtheater de Viena, onde foi encontrada por Sisi. Responsável pelos penteados elaborados, ela sempre acompanhava a imperatriz nas suas viagens. Feifalik era proibida de usar anéis e deveria colocar luvas, e depois de horas penteando e fazendo tranças, todos os cabelos que caíram eram inspecionados pela imperatriz. Quando precisava lavar o cabelo então, todos os compromissos do dia eram desmarcados.

 Fanny

Elisabeth usava as horas que passava sendo penteada para aprender línguas: falava fluentemente inglês e francês, estudava também húngaro e grego.

Todos os castelos em que vivia eram equipados com aparelhos de ginástica. Também adorava passeios a pé, podendo andar até dez horas seguidas, enquanto as damas de honra exaustas arrastavam-se atrás. Às vezes, as suas pernas inchavam, mas ela ignorava os conselhos dos médicos e vivia do jeito que queria.

Sisi e Franz Joseph


Desde a infância, Sisi escrevia poemas, alguns dos quais sobreviveram até hoje (e outros foram destruídos em acessos de autocrítica). Sua peça favorita era o “Sonho de uma noite de verão” de Shakespeare, e os seus quartos eram decorados com quadros retratando Titânia acariciando a cabeça de um burro. Alias, o próprio tema da insanidade atraía Elisabeth – talvez porque a sua família era cheia de loucos e excêntricos, por exemplo, Ludwig II ou seu irmão Otto (que pulou sobre um caixão junto com Rudolf, fora as outras façanhas, que incluíam comparecer totalmente despido em um dos mais conhecidos restaurantes de Viena). A imperatriz visitava clínicas psiquiátricas na Áustria e no exterior, e um dia pediu uma inteiramente equipada para o marido como presente de Natal.

Como Franz Joseph passava o tempo enquanto sua mulher viajava? A vida dele estava submetida às regras da corte, que não deixavam muito espaço para emoções. Os filhos cresciam e distanciavam-se do pai (se é que em algum momento foram próximos). Franz Joseph constantemente pedia para esposa que voltasse, mas ela nunca voltava, e os seus pedidos por fim se transformaram em resmungos de velho. Não podemos dizer que Elisabeth não percebia a solidão do imperador. Não só percebia, como tomou medidas para que ele pudesse passar sem ela, mais exatamente arrumou-lhe uma amante.

 Katharina Schratt

Esta amante tornou-se única e insubstituível para Franz Joseph, e era praticamente uma segunda esposa. O nome dela era Katharina Schratt, ela era uma atriz, não muito talentosa, mas bastante bonitinha. Além disso, Katharina era uma boa moça, excelente cozinheira, ótima dona de casa, e uma católica devota (o que não a impediu de passar alegremente o tempo com sua Majestade Apostólica durante muitos anos). Além disso, ela gostava de puzzles. Katharina Schratt conheceu o imperador em 1885. Então, ela havia se casado uma vez e tinha um filho. Catherine tinha 32, Franz Joseph tinha 55. O imperador encomendou o retrato dela a um pintor em voga, e durante o trabalho entrou na oficina com Elisabeth. Diz-se que as duas mulheres tiveram uma boa conversa, e a imperatriz deu uma indireta: seria bom que Katharina trabalhasse naquilo em que ela própria não foi bem sucedida. Mais exatamente, apoiar o imperador e enchê-lo de carinho e atenção. Schratt não tinha nada contra. Franz Joseph e Katharina trocavam cartas melosas e passeavam juntos. Elisabeth estava contente por não ter ninguém pegando no pé dela: o imperador finalmente arrumou uma mulher que vai trazer-lhe flores frescas, ou montar puzzles com ele, que seja. As suas relações com Katharina eram bem amistosas. As duas até mesmo faziam dieta juntas. Um dia, o filho de 12 anos de Katharina recebeu uma carta anônima cobrindo a mãe do menino de lama. Obviamente, ele ficou triste, mas Elisabeth o convidou para o palácio imperial e, enquanto Franz Joseph e Katharina passeavam, explicou-lhe que somente uma pessoa muito má poderia escrever uma carta dessas, pois na verdade a sua mãe é muito boa. Curiosamente, Sisi nunca deu tanta bola para os próprios filhos e netos.

  Katharina Schratt

A relação do imperador com Katharina Schratt continuou por muitos anos. Katharina cuidava de Franz Joseph como uma esposa dedicada. Cozinhava para ela. Comprava-lhe cigarros caros, dos quais ele gostava, mas com os quais não queria desperdiçar dinheiro. Quando ele enfrentou problemas políticos, Katharina encomendou um bote com trevo de quatro folhas, para trazer-lhe sorte. Foi Katharina que consolou Franz Joseph depois do suicídio de Rudolf, e foi ela que esteve ao lado dele quando... Mas enfim, não vamos nos adiantar.

   Katharina Schratt

Os anos passavam, nuvens juntavam-se no horizonte dos Habsburgos, e não havia nada que pudesse afastar a tempestade que se aproximava. Nem mesmo trevo de quatro folhas.

   Katharina Schratt

Moda Ocidental no Japão  

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A introdução do vestuário ocidental durante a era Meiji (1868-1912) é uma das mais marcantes transformações que a moda japonesa sofreu.

Desde o tratado de 1854, permitindo o comércio com os Estados Unidos, os japoneses começaram a adotar, com bastante entusiasmo, estilos e práticas dos paises ocidentais. Até então, Japão havia se isolado economicamente, politicamente e culturalmente do Ocidente, mas o novo governo sentiu necessidade de uma rápida mudança, para transformar o país numa potência moderna. O imperador Meiji instituiu um governo parlamentar, e introduziu ensino e tecnologias ocidentais no Japão, expondo a população a novas influências (com um impacto impressionante na vida das pessoas). Esta modernização encorajou os japoneses a usarem roupas ocidentais, que se tornaram o símbolo do desenvolvimento e progresso.

Os homens foram os primeiros a adotar a nova moda, com os novos uniformes militares, que seguiam os padrões britânicos e franceses. De modo similar, a partir de 1870, funcionários do governo – policiais, funcionários das ferrovias e dos correios – foram obrigados a vestir ternos ocidentais. Até mesmo na corte, roupas ocidentais tornaram-se obrigatórias para os homens (1872) e para as mulheres (1886). O imperador e a imperatriz estavam na dianteira, usando roupas e penteados ocidentais em todos os eventos oficiais.

Pessoas da alta sociedade seguiram o exemplo, comparecendo aos bailes em roupas europeizadas. Até as décadas de 80 e 90, praticamente toda a sociedade adotou a nova moda, principalmente os homens. Entre as mulheres, o uso de roupas ocidentais limitava-se a nobreza e as esposas dos diplomatas. Os kimonos continuaram dominando no começo da era Meiji, contudo tanto homens quanto mulheres combinavam-nos com acessórios ocidentais (por exemplo chapéus e jóias). 

Para a sobremesa, mais algumas gravuras, com retratos da família imperial, imagens de bailes e festas e páginas de revistas de moda.

 
 
 

Moda de 1880  

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Uma visão um pouco diferente da coisa: senhoras japonesas vestidas a moda europeia.

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