Como
em qualquer família real, Franz Joseph e
Elisabeth queriam um menino, herdeiro do trono. Assim, quando
Elisabeth engravidou, a sogra começou a pegar no pé dela para usar
algo mais justo, para que todo mundo saiba que os Habsburgos vão
logo ganhar um príncipe. Não sei se Sisi estava muito feliz com
isso.
Sophie
O bebê
nasceu em 5 de maio de 1855. Provavelmente, o palácio inteiro gemeu
de desapontamento – que droga, é uma princesa, não um príncipe!
Sophie, sem consultar Sisi, batizou a criança em homenagem a si
mesma. Também foi Sophie que escolheu a babá e a ama, e instalou a
menina na sua parte do palácio, bem longe de Elisabeth. Para ver a
filha, a imperatriz precisaria subir uma escadaria, e mesmo quando
ela finalmente pode abraça-la, Sophie rondava-a, como se trabalhasse
com defesa dos direitos dos menores de idade.
Gisella
Um ano
depois, Elisabeth teve mais uma menina, que chamaram de Gisella. As
coisas começaram a esquentar, afinal Sophie teve quatro filhos
homens, e Sisi estafa perdendo catastroficamente. Gisella, como era
de se esperar, também ficou sob os cuidados da avo. Mas Elisabeth
não queria mais se conformar com isso, e exigiu que as crianças
ficassem mais perto dos quartos dela, o que acabou sendo feito. Pela
lógica, agora ela passaria o tempo todo com as filhas, já que
sentia tanta falta delas. Mas não. O casal partiu para os Alpes,
enquanto Sophie escrevia-lhes cartas indignadas, afirmando que
Elisabeth gosta mais dos cavalos dela do que das filhas.
É
sabido que Elisabeth simpatizava mais com a Hungria do que com a
Áustria, e os húngaros, fundamentadamente, a consideravam sua
defensora. Este amor era, provavelmente, mais hobby do que atitude
política consciente. De qualquer forma, Budapeste atraia a
imperatriz, de modo que quando Franz Joseph decidiu viajar, levou
Sisi junto, para que ela subjugasse a oposição com o seu charme.
Ela levou as duas filhas junto. Sophie, como de hábito, fez
escândalo, dizendo que a viagem seria perigosa para as crianças,
mas Elisabeth não deu bola. Sempre que
ela latia,
a sogra
miava.
Na
Hungria, eles foram recebidos com muitas festas. Deixando as filhas
em Budapeste, partiram para a cidade vizinha, mas, ao chegar lá,
encontraram um telegrama que fez a viajem perder todo o encanto. A
mais velha
das meninas,
Sophie, estava
doente. Tifo.
Os pais voaram a Budapeste, mas nada
puderam fazer. Sophie agonizou durante 11 horas, enquanto Elisabeth
se debatia e gritava que a culpa era dela, por ter levado a menina e
a deixado sem atenção depois.
A
sogra não tentou esconder de Sisi que concordava totalmente com ela.
Elisabeth entrou em depressão. Pensava constantemente em suicídio.
Passava dias cavalgando sozinha pelas florestas, e depois voltava ao
palácio e se trancava no quarto. Quase não
comia. Não
queria ver
ninguém.
Tinha somente
19 anos.
Rudolf
Mas,
ao tomar da imperatriz uma filha, o destino, como se quisesse
compensá-la pela perda, deu lhe um novo bebê. No inverno seguinte,
ela estava novamente grávida. Franz Joseph deixou de lado os
negócios de estado para passar mais tempo ao lado da mulher.
Em
comparação com os primeiros dois, este parto foi difícil.
Elisabeth gritava e delirava e, segundo uma das parteiras, predisse a
queda da casa dos Habsburgos e bandeiras vermelhas nas ruas de Viena.
Quando o bebe finalmente nasceu, Elisabeth perguntou sobre o seu
sexo. Franz Joseph disse: “A parteira ainda não sabe”, pois
temia que a súbita alegria prejudicasse a esposa. Elisabeth chorou:
“É claro, mais uma menina”. Ela não acreditou até que
finalmente lhe trouxeram o filho. O menino foi batizado de Rudolf
Franz Karl Joseph.
Gisella e Marie Valerie
A última
filha do casal nasceu alguns anos mais tarde, em 1868. Chamaram na de
Marie Valerie, e Elisabeth deu-lhe todo o amor que faltou aos outros
filhos. Gisella gostava mais da avó do que da mãe, que quase não
via. Rudolf era uma criança solitária, deixado de lado nas brigas.
Louca para manter a sua beleza, a imperatriz acha que os filhos a
deixavam mais velha.
Marie Larish e Marie Valerie
Mas
Marie Valerie teve tudo. Elisabeth brincava com ela, vigiava
atentamente a sua saúde. Diferentemente de Gisella, Valerie era a
cara da mãe. Tal como Sisi, ela gostava de flores e de poesia. A mãe
muitas vezes falava com a filha em húngaro, era uma espécie de
língua secreta que as aproximava ainda mais. “Ela não é
simplesmente uma filha”, dizia Elisabeth sobre Valerie, “é uma
amiga”.
Em
1872, Gisella ficou noiva de Leopold da Baviera. Eles se casaram um
ano depois, e Elisabeth, por razões desconhecidas, apareceu no
casamento da filha em um belo diadema com diamantes e ametistas, e
num maravilhoso vestido branco, bordado em prata, com um cinto
violeta. Obviamente, ela atraiu todos os olhares, e ninguém deu bola
para a pobre noiva. Gisella estava feliz da vida por afastar-se da
sua mãe.
Gisella com seu noivo
É
improvável que Elisabeth tenha sofrido muito com a partida da filha.
Mas o casamento de Valerie partiu o coração dela. Valerie
apaixonou-se por Franz Salvator, representante do ramo toscano dos
Habsburgos. A imperatriz estava inconsolável, pois se a filha mais
nova se casa, ela mesma envelhece. “Só amo você de verdade.
Quando você partir, a minha vida acabará. É possível amar assim
só uma vez na vida” - Elisabeth se despediu da filha com essas
palavras. Mal sabia ela que sofreria uma outra perda muito em breve.
Marie Valerie com seu marido
This entry was posted
at quinta-feira, novembro 17, 2011
and is filed under
1850,
1860,
1870,
1880,
esplendor,
franz joseph,
gisella,
mulheres,
rudolf,
sisi,
valerie,
Wittelsbach
. You can follow any responses to this entry through the
comments feed
.